olhos de pólvora seca.
dentes a emoldurar tragédias.
desabrochando em frestas,
rastros de tijolo,
o visgo de caracóis, por entre as pernas,
os assobios,
as panelas chiando...
orvalhando...
o vinho branco do desejo,
no canto da boca,
nas axilas ,
no umbigo assustado.
sereias não tem virilha,
canto de gozo
e espanto.
a mudez
da roupa e dos corpos
quarando
nos varais da sala.
o sismo,
a fenda exposta,
gotejando...
frêmito de infinitos lábios.
pele em quintais,
brotando violetas e porquês.
o lapso aromático dos cadáveres.
o fastio
da madrugada
de pernilongos e estrelas...
os corpos dilatados,
- barcos nos rochedos -
untados de beijos e obséquios,
esparramados,
pradarias e formigueiros,
patchwork de estilhaços humanos
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