segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

olhos de pólvora seca.
dentes a emoldurar tragédias.
desabrochando em frestas, 
rastros de tijolo,
o visgo de caracóis, por entre as pernas,
os assobios,
as panelas chiando...

orvalhando...
o vinho branco do desejo,
no canto da boca,
nas axilas ,
no umbigo assustado.
sereias não tem virilha,
canto de gozo
e espanto.


a mudez
da roupa e dos corpos
quarando
nos varais da sala.
o sismo,
a fenda exposta,
gotejando...
frêmito de infinitos lábios.

pele em quintais,
brotando violetas e porquês.
o lapso aromático dos cadáveres.

o fastio
da madrugada
de pernilongos e estrelas...

os corpos dilatados,
- barcos  nos rochedos -
untados de beijos e obséquios,
esparramados,
pradarias e formigueiros,
patchwork de estilhaços humanos

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