sábado, 5 de março de 2011

sacrifício

esfacelo meu corpo
a saciar tua noite
teu desafiador encanto
de serpente.

em viva carne
invado
teu santuário
de tremores
e desespero.

sempre é último
o sacrifício
a enovelar o destino
solitário de teus olhos
de teus grandes e escuros olhos.
em que mergulho
sem pressa...
sem volta...

repousas meu corpo
em teu altar
de vertigem e trégua,
sem sangue
nem arrependimento.

sempre é último
o mergulho,
enovelado em teus olhos
teus grandes e escuros olhos.
em que me sacrifico
solitário.
sem pressa...
sem volta...