domingo, 25 de novembro de 2012

domingo, 25/11/12, 12:58

Estava saindo do prédio da Mecânica na USP, tinha levado minha filha pra fazer a FUVEST quando os dois candidatos aparecem esbaforidos. estavam no lugar errado. o lugar certo era a FEA e saem correndo de novo. olho no celular e faltam 2 minutos. nem Usain Bolt consegue chegar lá em 2 minutos. corro para o carro e consigo alcancá-los. buzino e peço para entrarem no carro. entram sem tempo para apresentações. só lembro de comentarem que numa hora dessas é bom nem perguntar. nunca corri tanto e depois de duas contramãos deixo os dois na porta da FEA. só deu tempo de ver os flashes de longe e a porta se fechando atrás deles. fotógrafos registrando a agonia dos atrasados. o coração disparado. missão cumprida. à noite encontro a foto dos dois na internet. espero que tenham ido bem.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

madeira



, e assim, dou forma a madeira, obedeço teus veios com meus dedos ásperos. a saliva e um prego triste, um ponto. que vira uma rachadura, lasca que se prolonga em meu peito. mas a madeira se transforma, em viga, sustento, arma, em fogo algum dia. me cubro de serragem e teu cheiro ancestral de caminho. o mesmo caminho em que te perco. para que tu te aches.

sábado, 10 de novembro de 2012

rascunho


coleciono kombis.
procuras por um pai. 

dilacero meu corpo sem descanso.
queres um espelho.

bebo vinho sem hora e sem culpa.
choras. 

espero pela morte sem medo. 
tens medo é da solidão.

quebro a casca. 
gostas da nudez.

fecho o círculo. 
tu também.

a  kombi era de meu pai. 
meu corpo não é mais meu. 
morte. 
solidão, 
tanto faz. 
o círculo se fechou.
filósofos de esquina e a  história de fechar o círculo. 
se não está fechado ainda não posso falar em círculo. 
nós só percebemos que estamos andando em círculos 
quando chegamos ao ponto de partida.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

os dias em pesadas páginas,
em meu corpo cansado,
esperando por tuas mãos.
bálsamo que me traz o sono,
o espanto, o encantamento.
meu corpo dolorido,
exaurido,
espera por tuas mãos,
agora e sempre.

domingo, 4 de novembro de 2012

; em sonhos, em verdes sonhos, cavalgas nua no que ainda resta de tarde. Assisto a fuga de teus cabelos avermelhados pelo sol, que resiste em cerrar os olhos. Conivente em sua disparada, deixo a lenha, a terra molhada, retalhos de chita. E vejo teu dorso, tuas espáduas firmes, desaparecerem no horizonte, até o próximo sonho, no que ainda resta de tarde...