domingo, 3 de julho de 2011

luto

luto

contra o destino
contra o real
contra o desatino
contra o surreal

luto

é virar-se
do avesso
expor as entranhas
chorar
aos cântaros

luto

é uma luta vã
sem vencidos
sem perdedores

luto

é negro
como o abismo
do que não foi
do que não veio

luto

sempre
em busca de absolvição
das muitas faltas
de todo querer
inalcansável

luto

é triste
como uma morte lenta

pois dos crimes de paixão
não há culpados
somente vítimas

silenciosas