são paulo, 11/11/14
rua três rios, são paulo, sp
7:13 AM
terça-feira, 11 de novembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
ainda sobre dragões
Não sei ainda se tenho dragões em meu peito. Uso o plural porque é difícil precisar se são vários ou se é apenas um com múltipla personalidade. Só sei que a convivência e o respeito são insuficientes para compreendê-lo ou compreendê-los. Mais difícil ainda é acreditar que está ou estão comigo. Ou se viajo demais e a sua existência por mais tênue e louca que possa parecer é álibi conveniente para meus atos e faltas. Para as intempestivas palavras em brasa rompendo das ventas em momentos de fúria e pouco discernimento. Em noites em claro. Em palpitações crescentes. Uma paralisia mental que extenua. Tenho um dragão sim em meu peito, numa certeza cambaleante. E essa azia constante, esse fogo que sobe pela garganta, não há gastroenterologista que diagnostique. O calor que me acorda no meio da noite não sai nos laudos de endoscopia. O fogo está onde sempre esteve. Só agora entendo das escaramuças da guerra em curso. Silenciosa e sem perspectiva de trégua. Dragões silenciosos travam batalhas, conspirando e corrompendo corações. Com outros dragões. Que nos visitam. Que nos distanciam. Todos os dias. Todas as noites. Colocando tempero e calor a vidas insossas, no fastio das madrugadas sem fim. Sem a conivência de estrelas e inventários. Dragão, Paixão, sabe-se lá o quê. O que empurra nossas vidas não está nos dicionários. A única furiosa certeza é que tem asas e fogo.
domingo, 20 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
inverno
mãos trêmulas ,
alecrim e lavanda.
perfume que
não é frio nem distância.
ajustado o foco
no olho direito,
na minha ignorância
do que é a vida,
do que é a cruzada
dividida
do saber e da espera.
por trás dos óculos a espera,
o foco ajustado no afeto
e no caminho
de cúmplices flores sem medo.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Orides por ela mesma
“Reclamam, porque eu não falo de amor. Mas então não leram Homero... Eu quis chegar no miolo das coisas. Já fiz duas leituras para auditório de jovens e eles gostaram muito. Isso me deixa reconfortada. Mas, infelizmente, nossos especialistas ainda têm uma visão muito olímpica da poesia. (...) Mas é a velha história: é melhor que falem mal, mas falem de mim. Eu preciso de dinheiro para viver. Minha vida é um retrato da vida dos aposentados do Brasil. E a vida dos poetas no País. Eu queria ser mais enxuta, queria escrever poemas exemplares à moda de Brecht. Sei que não agrada, porque a moda hoje é o barroquismo. A moda é escrever como o Alexei Bueno. A moda é ser difícil. É um fenômeno sociológico e não adianta discutir com os fatos da sociologia. Não quero ir contra ninguém, só quero escrever meus poemas. (...) Eu sou pequena, pobre mulher que escreve uma poesia boa, mas, coitada, não é do meio. Não tenho família, não tenho bens, não freqüento os lugares chiques. É como se eu estivesse invadindo o Olimpo.”
(Orides Fontela, in "Culture-se")
terça-feira, 17 de junho de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
do-jô
ouço a leveza do golpe
osoto-gari
olhos montados,
sangue minando lento,
como deve ser.
estudo possibilidades,
pontos de apoio.
uma alavanca
e eu mudo o mundo de lugar.
um olho na boca
e outro dentro do olho.
no rosto pergaminho,
hálito doce de ventania.
poderia ser uma batalha,
um duelo,
uma morte passional.
mas é só o início de tudo.
a raiz,
a raiz de um dente.
osoto-gari
olhos montados,
sangue minando lento,
como deve ser.
estudo possibilidades,
pontos de apoio.
uma alavanca
e eu mudo o mundo de lugar.
um olho na boca
e outro dentro do olho.
no rosto pergaminho,
hálito doce de ventania.
poderia ser uma batalha,
um duelo,
uma morte passional.
mas é só o início de tudo.
a raiz,
a raiz de um dente.
sábado, 14 de junho de 2014
sábado, 31 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Há tempos não despertava assim. Num pulo. De quando ficava prendendo a respiração dentro d’água e emergia desesperado. O sonho era recorrente na infância. Depois de velho era novidade. Passarelas estreitas no céu, entrelaçadas, mistura da febre de sarampo com alucinações de vinho. Passarelas entrelaçadas. Assustadoras.
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